domingo, 15 de abril de 2012

Estádios solares



A Neoenergia inaugurou nesta semana uma instalação fotovoltaica no estádio de Pituaçu, na Bahia, que se tornou o primeiro da América Latina a contar com a tecnologia. A arena, porém, não deve ser a única por muito tempo. A própria Neoenergia tem mais dois projetos do tipo, enquanto a Copel deve fazer o mesmo no Paraná e a AES estuda colocar a geração solar no estádio do Corinthians, o Itaquerão, em São Paulo.
A diretora da eficiência energética da Coelba, subsidiária da Neoenergia responsável pelo empreendimento em Pituaçu, Ana Mascarenhas, conta que a ideia surgiu após uma visita à Alemanha. Na época, ela conheceu estádios solares a convite da agência alemã de desenvolvimento GTZ, que "está muito focada em fomentar energia solar no Brasil".O projeto, então, foi apresentado à própria empresa e ao governo da Bahia, tendo posteriormente recebido o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que permitiu o encaixe do investimento no Plano de Eficiência Energética da companhia. Assim, os recursos utilizados no estádio vieram de uma verba que só pode ser aplicada pela empresa em ações de redução de consumo e normalmente é usada na compra de lâmpadas e geladeiras eficientes para comunidades carentes.
O aporte foi de R$5,5 milhões - sendo parte bancada pelo governo - para uma potência de 400kWp. A obra foi contratada em regime turnkkey junto à Gehrlicher Ecoluz Solar, que também forneceu os paineis. Toda a conjuntura, com o apoio do governo e da Aneel, ajudou a impulsionar o negócio, que ainda não seria viável comercialmente.
"O custo de geração é de R$430 por MWh, então não é uma geração competitiva de maneira nenhuma", admite a diretora da Coelba. Ela acredita, porém, que uma série de projetos financiados por recursos de pesquisa e desenvolvimento (P&D) das empresas de energia com apoio da Aneel vai ajudar a criar escala no País e reduzir esse número. "São muitos projetos, então acho que a gente vai começar a baratear, sim. E (a solar) vai se tornar competitiva, principalmente para o consumidor residencial, que paga uma tarifa mais alta", aponta Ana.

Os próximos projetos de estádios solares da Neoenergia são em Fernando de Noronha - onde também serão usados recursos de eficiência energética - e na Arena Pernambuco, esse já dentro dos projetos de P&D e em parceria com a construtora Odebrecht, responsável pelas obras civis do empreendimento, e seu braço no setor elétrico.
"A Odebrecht Energia foi criada para investir em ativos de geração. Hoje estamos participando de hidrelétricas, parques eólicos, biomassa e PCHs. E agora estamos na energia solar, que vai ter uma atuação relevante no médio prazo. A Arena é um investimento da organização Odebrecht, então tem todo o incentivo para a gente investir, além de ser um local que vai sediar jogos da Copa do Mundo", explica Fernando Chein, diretor de geração da Odebrecht Energia.
O executivo acredita que a fonte pode crescer com o desenvolvimento da tecnologia, a regulamentação do setor e a instalação de fornecedores no País. "Hoje não está regulamentado, então ainda não dá para dizer se é viável ou não. Mas achamos que num futuro próximo existe essa possibilidade (de tornar viável a energia solar). A gente acredita e pensa seriamente em investir em maior escala na fonte solar", aponta.
A implantação em Pernambuco deve ter início no segundo semestre, com conclusão em 2013. O aporte previsto é de cerca de R$13 milhões para uma potência de 1MW. Como a Odebrecht é responsável também pelas obras do Itaquerão, Chein admite que a geração solar no projeto está em estudo, mas afirma que ainda não há um veredicto.
Outra instalação que deve ter placas solares é a Arena da Baixada, no Paraná, no qual a Copel revelou o interesse em adicionar os painéis fotovoltaicos. A viabilização, no caso, também seria por meio do programa de P&D da Aneel.

Fonte: Jornal da Energia - Por Luciano Costa e Natália Bezutti.

sábado, 14 de abril de 2012



Alemanha - O design moderno e os amplos espaços da casa situada no número 87 da Fasanenstrasse, em Berlim, destoam das construções históricas do tradicional bairro de Charlottenburg, na capital alemã. Semelhante a um bloco de vidro, a residência, que abriga desde o começo do mês uma família de quatro pessoas, é o mais novo projeto do governo alemão para tentar aliar construção civil e mobilidade a um estilo de vida mais sustentável.
A Casa Eficiente Plus com Eletromobilidade - como foi batizada - foi concebida para produzir toda a energia que consome e ainda gerar um excedente que pode ser usado para abastecer carros elétricos ou ser devolvido à rede energética da cidade. A casa também foi construída apenas com materiais que podem ser reciclados, caso sua estrutura precise ser modificada.
"A gestão responsável dos recursos e a proteção do meio ambiente estão, sem dúvida, entre as missões mais importantes da política e da sociedade, sendo a questão da eficiência energética um ponto determinante", afirmou o ministro Peter Ramsauer, do Ministério dos Transportes, Obras e Planejamento Urbano da Alemanha, órgão responsável pelo projeto.De acordo com o governo alemão, a construção e o transporte desempenham um papel fundamental neste cenário, na medida em que estes dois setores são, conjuntamente, responsáveis por cerca de 70% do consumo final de energia e por aproximadamente 40% da totalidade das emissões de CO2.
"No setor da construção, a manutenção de edifícios novos de impacto neutro no ambiente já deverá ser possível a partir de 2019", explicou Ramsauer. "Queremos criar possibilidades de combinação de edifícios eficientes com a eletromobilidade. A Casa Eficiente consegue tornar essa determinação em realidade de uma forma exemplar."
Diretriz. O projeto do governo alemão atende a uma reformulação da diretiva comunitária para o desempenho energético dos edifícios da União Europeia que exige que, a partir de 2021, as casas só consumam energias que possam ser produzidas com base em materiais energéticos renováveis."Os padrões para consumo energético na Alemanha são renovados a cada três anos, sempre exigindo um consumo menor de energia por parte dos cidadãos", explicou ao Estado o arquiteto Dieter Blome, do Centro para Energia, Construção, Arquitetura e Meio Ambiente (Zebau, na sigla em alemão), em Hamburgo.
"Acredito que daqui dez anos teremos a Casa Eficiente Plus como padrão para as construções residenciais na Alemanha."Segundo ele, o projeto da casa também faz parte da estratégia do governo alemão de desligar todas as suas usinas nucleares até 2022. Em maio do ano passado, a chanceler Angela Merkel disse que esperava que a Alemanha se tornasse um "exemplo internacional", sendo possivelmente a primeira nação industrial a passar da era nuclear à era das energias renováveis. "É uma maneira de pensarmos na produção de energia fora do âmbito nuclear", afirmou Blome.Futuro. Mais de 130 famílias alemãs se inscreveram para morar durante 15 meses na casa sustentável de Berlim.
A família vencedora foi escolhida no fim de dezembro por meio de sorteio feito pelo governo. "Os valores e o comportamento da sociedade alemã estão mudando", disse Blome. "Hoje as pessoas ficam com peso na consciência se estão escovando os dentes e esqueceram a torneira ligada. Estamos vivenciando uma mudança no estilo de vida alemão."

Fonte: O Estado de S.Paulo - RENATA MIRANDA, ENVIADA ESPECIAL / BERLIM

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Eletrobras Procel concede selo para quatro novas categorias de produtos



O Selo Procel Eletrobras foi concedido para quatro novas categorias: ventiladores de mesa, ventiladores de pedestal, ventiladores de parede e circuladores de ar. Segundo estimativa da própria empresa, o consumidor poderá economizar R$30 por ano ao optar por usar o produto que tenha adquirido o Selo.Os produtos são testados em laboratório e precisam atingir um índice de eficiência energética, segurança do aparelho, potência e vazão mínima de ventilação para serem aprovados e estarem aptos para fazerem uso do Selo Procel Eletrobras.Segundo o gerente da Divisão de Eficiência Energética em Equipamentos da Eletrobras, Rafael Meirelles David, para a criação das quatro categorias foi discutida uma metodologia de ensaio entre os fabricantes e a Eletrobras.


Após chegarem a um acordo quanto à metodologia, um estudo detalhado foi encomendado para um laboratório autorizado pelo Inmetro. “O estudo englobou cerca de 60 modelos de equipamentos. Com esse número tivemos segurança para estabelecer um índice mínimo para os aparelhos receberem o Selo Procel Eletrobras”, comenta Rafael David.

Apesar de os fabricantes optarem voluntariamente pelo uso do Selo Procel Eletrobras, os aparelhos precisam ser testados e sua eficiência precisa ser comprovada. Porém, o equipamento ser eficiente não é garantia de adquirir o Selo.O fabricante precisa comprovar também a segurança de seus equipamentos. “De nada adianta um produto com eficiência energética se ele não é seguro para o usuário. Garantir a integridade física do consumidor é uma das prioridades para a Eletrobras Procel. Assim os aparelhos precisam estar preparados para que os usuários não tomem choque ou tenham contato com as hélices do ventilador. Os aparelhos precisam atender as normas exigidas", afirmou David.

Os índices exigidos para a concessão do Selo Procel Eletrobras são revisados no período de três a quatro anos. Com o tempo, o índice vai sendo atualizado e ficando mais exigente. David afirma que o Selo estabelece um padrão de eficiência energética e a economia de energia é promovida no mercado como um todo. A Eletrobras estima que três em quatro residências no Brasil possuam algum tipo de ventilador portátil ou circuladores de ar. Segundo Rafael David, esse número influenciou na criação das novas quatro categorias.

Até o final do ano, a Eletrobras estuda certificar mais duas novas categorias: fornos de micro-ondas e luminárias para iluminação pública. Para o ano que vem, ele prevê que a categoria de lâmpadas tubulares também será contemplada. A meta, segundo David, é manter o Selo Procel Eletrobras em 20% dos produtos por categoria. Ele ressalta que a Eletrobras mantém este objetivo para destacar os produtos mais econômicos e, desta forma, indicar para os consumidores os melhores produtos na questão de eficiência energética.

No relatório de resultados com ano base de 2010, divulgado pela Eletrobras Procel em 2011, o programa resultou na economia de aproximadamente 6,16 bilhões de kWh.


Fonte: PROCEL (Brenno Marques, para o Procel Info).